Uma
audiência pública realizada ontem (6) pela Assembléia Legislativa de Alagoas
(ALE) expôs a subutilização das águas do Canal do Sertão Alagoano, em prejuízo
de 900 mil sertanejos de 38 municípios do semiárido do estado. O evento reuniu
técnicos, trabalhadores e produtores rurais, que exigiram do governador Renan
Filho (MDB) e das autoridades estaduais a garantia de funcionalidade imediata
das águas canalizadas pela obra que já consumiu mais de R$ 2,5 bilhões em
recursos públicos da União.
audiência pública realizada ontem (6) pela Assembléia Legislativa de Alagoas
(ALE) expôs a subutilização das águas do Canal do Sertão Alagoano, em prejuízo
de 900 mil sertanejos de 38 municípios do semiárido do estado. O evento reuniu
técnicos, trabalhadores e produtores rurais, que exigiram do governador Renan
Filho (MDB) e das autoridades estaduais a garantia de funcionalidade imediata
das águas canalizadas pela obra que já consumiu mais de R$ 2,5 bilhões em
recursos públicos da União.
Segundo
o deputado Inácio Loiola (PDT-AL), que propôs a audiência, o objetivo da ação
foi cobrar um plano de ação consistente para tirar de vez do papel o Canal do
Sertão, mostrando à sociedade e às autoridades que a população e o Estado estão
deixando de produzir e perdendo receita.
o deputado Inácio Loiola (PDT-AL), que propôs a audiência, o objetivo da ação
foi cobrar um plano de ação consistente para tirar de vez do papel o Canal do
Sertão, mostrando à sociedade e às autoridades que a população e o Estado estão
deixando de produzir e perdendo receita.
Os
alagoanos que observam o grande volume de água acumulada na obra que construiu
um rio artificial que serpenteia o solo esturricado de Alagoas cobram a
realização do propósito principal do projeto que prometeu transformar o Sertão
e o Agreste do Estado em polos de produção de hortifrutigranjeiros do Nordeste.
alagoanos que observam o grande volume de água acumulada na obra que construiu
um rio artificial que serpenteia o solo esturricado de Alagoas cobram a
realização do propósito principal do projeto que prometeu transformar o Sertão
e o Agreste do Estado em polos de produção de hortifrutigranjeiros do Nordeste.
A
maior obra de infraestrutura hídrica de Alagoas foi iniciada há 27 anos, no
projeto que visa canalizar por 250 km as águas do Lago Moxotó, formado pelo
represamento do Rio São Francisco, em Delmiro Gouveia (AL), até Arapiraca (AL),
no Agreste de Alagoas. A a obra se encontra em 75% de avanço físico, apesar de
concluídas até o Km 113. E tem recursos garantidos para conclusão do trecho IV,
até o Km 123,4, nas cidades sertanejas de Senador Rui Palmeira e São José da
Tapera.
maior obra de infraestrutura hídrica de Alagoas foi iniciada há 27 anos, no
projeto que visa canalizar por 250 km as águas do Lago Moxotó, formado pelo
represamento do Rio São Francisco, em Delmiro Gouveia (AL), até Arapiraca (AL),
no Agreste de Alagoas. A a obra se encontra em 75% de avanço físico, apesar de
concluídas até o Km 113. E tem recursos garantidos para conclusão do trecho IV,
até o Km 123,4, nas cidades sertanejas de Senador Rui Palmeira e São José da
Tapera.
Técnicos,
parlamentares e representantes de instituições e entidades discutiram a falta
de funcionalidade da obra de relevância social e econômica fundamentais para
mitigar de forma perene os efeitos da seca, mas que ainda não tem definida a
política de gestão de suas águas, nem plano de segurança para evitar o uso
irracional da água e o risco para animais e pessoas que circulam no entorno do
canal.
parlamentares e representantes de instituições e entidades discutiram a falta
de funcionalidade da obra de relevância social e econômica fundamentais para
mitigar de forma perene os efeitos da seca, mas que ainda não tem definida a
política de gestão de suas águas, nem plano de segurança para evitar o uso
irracional da água e o risco para animais e pessoas que circulam no entorno do
canal.
O
deputado Davi Maia (DEM-AL) expôs as dificuldades de diversos agricultores para
ter acesso à água, em vídeo exibido na audiência pública da ALE. O parlamentar
alertou que agricultores passam sede e fome, sem conseguir produzir, ao lembrar
que o governo prometeu kits de irrigação. “Sabe quantos kits chegaram? Nenhum”,
denunciou Maia, ao cobrar participação mais efetiva do Legislativo nas reuniões
do Comitê Gestor do Canal do Sertão.
deputado Davi Maia (DEM-AL) expôs as dificuldades de diversos agricultores para
ter acesso à água, em vídeo exibido na audiência pública da ALE. O parlamentar
alertou que agricultores passam sede e fome, sem conseguir produzir, ao lembrar
que o governo prometeu kits de irrigação. “Sabe quantos kits chegaram? Nenhum”,
denunciou Maia, ao cobrar participação mais efetiva do Legislativo nas reuniões
do Comitê Gestor do Canal do Sertão.
Maia
ainda lamentou o grande volume de dinheiro público investido na obra ainda sem
função social nem econômica. “Esse recurso segue evaporando com a água, já que
tão pouco tem sido utilizado para o desenvolvimento da região!”, escreveu o
deputado nas suas redes sociais.
ainda lamentou o grande volume de dinheiro público investido na obra ainda sem
função social nem econômica. “Esse recurso segue evaporando com a água, já que
tão pouco tem sido utilizado para o desenvolvimento da região!”, escreveu o
deputado nas suas redes sociais.
Falta
de gestão e caos
de gestão e caos
Os
presidentes da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag), Givaldo
Teles, e da Federação da Agricultura do Estado de Alagoas (Faeal), Álvaro
Almeida, cobraram mais compromisso do poder público para executar a obra que se
arrasta há quase três décadas e possui trechos concluídos abandonados. E a
falta de gerenciamento da política da agricultura e a burocracia para liberação
da outorga para uso da água foram apontados como entraves que prejudicam os
agricultores.
presidentes da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag), Givaldo
Teles, e da Federação da Agricultura do Estado de Alagoas (Faeal), Álvaro
Almeida, cobraram mais compromisso do poder público para executar a obra que se
arrasta há quase três décadas e possui trechos concluídos abandonados. E a
falta de gerenciamento da política da agricultura e a burocracia para liberação
da outorga para uso da água foram apontados como entraves que prejudicam os
agricultores.
“Na
nossa visão, o canal é penalizado com a falta de gestão. Ele está abandonado
com os rebanhos pastando ao seu redor e com os pés de algaroba crescendo junto
as paredes de estruturação da obra. Isso é muito preocupante. O agricultor
familiar não tem acesso ao crédito já que a outorga é uma exigência feita pelos
bancos para liberar os recursos. A situação está um caos. É preciso que o
Estado tome conta de fato e de direito do Canal do Sertão. Não existe uma
empresa ou uma secretaria responsável para fazer os agricultores produzirem
alimentos, gerando emprego e renda no campo”, afirmou Givaldo Teles.
nossa visão, o canal é penalizado com a falta de gestão. Ele está abandonado
com os rebanhos pastando ao seu redor e com os pés de algaroba crescendo junto
as paredes de estruturação da obra. Isso é muito preocupante. O agricultor
familiar não tem acesso ao crédito já que a outorga é uma exigência feita pelos
bancos para liberar os recursos. A situação está um caos. É preciso que o
Estado tome conta de fato e de direito do Canal do Sertão. Não existe uma
empresa ou uma secretaria responsável para fazer os agricultores produzirem
alimentos, gerando emprego e renda no campo”, afirmou Givaldo Teles.
A
deputada Jó Pereira (MDB-AL) expôs a ausência de plano de gestão para o
projeto, ao defender a necessidade de foco e definição política para organizar
a utilização do Canal do Sertão; além de combater e prevenir a desertificação e
a salinização; retomar a manutenção do que já foi construído, evitando a
deterioração do equipamento; e cobrar resultados, também em respeito aos
recursos já gastos na obra.
deputada Jó Pereira (MDB-AL) expôs a ausência de plano de gestão para o
projeto, ao defender a necessidade de foco e definição política para organizar
a utilização do Canal do Sertão; além de combater e prevenir a desertificação e
a salinização; retomar a manutenção do que já foi construído, evitando a
deterioração do equipamento; e cobrar resultados, também em respeito aos
recursos já gastos na obra.
“O
Canal do Sertão aumentou a disponibilidade hídrica, mas infelizmente não
estamos sabendo aproveitá-la devidamente, pois o sertanejo nunca teve acesso à
água de acordo com suas necessidades… Há uma dívida do Estado em relação às
políticas públicas de manutenção e do uso do Canal do Sertão”, disse, ao eleger
como grande desafio a reversão do abandono e a manutenção do trecho construído.
Canal do Sertão aumentou a disponibilidade hídrica, mas infelizmente não
estamos sabendo aproveitá-la devidamente, pois o sertanejo nunca teve acesso à
água de acordo com suas necessidades… Há uma dívida do Estado em relação às
políticas públicas de manutenção e do uso do Canal do Sertão”, disse, ao eleger
como grande desafio a reversão do abandono e a manutenção do trecho construído.
A
deputada também disse faltar no local até mesmo manuais e procedimentos de
funcionamento dos equipamentos de bombeamento, prejudicando a operacionalidade
técnica e podendo gerar prejuízos ao erário.
deputada também disse faltar no local até mesmo manuais e procedimentos de
funcionamento dos equipamentos de bombeamento, prejudicando a operacionalidade
técnica e podendo gerar prejuízos ao erário.
O
deputado Gilvan Barros Filho (PSD-AL) sugeriu haver outros propósitos do
governo de Renan Filho, ao questionar suas verdadeiras intenções para o Canal
do Sertão. E afirmou que Alagoas poderia ser um pólo de fruticultura, com
geração de emprego e renda nos municípios de pequeno porte.
deputado Gilvan Barros Filho (PSD-AL) sugeriu haver outros propósitos do
governo de Renan Filho, ao questionar suas verdadeiras intenções para o Canal
do Sertão. E afirmou que Alagoas poderia ser um pólo de fruticultura, com
geração de emprego e renda nos municípios de pequeno porte.
Mais
dois bilhões
dois bilhões
O
secretário de Infraestrutura e ex-ministro dos Transportes, Maurício Quintella,
disse que o Governo de Alagoas busca mais recursos em Brasília para acelerar a
obra. E considerou “pouco” os R$ 64 milhões previstos para aplicar na execução
da obra em 2019, ao cobrar ação da bancada federal junto ao Governo Federal
para garantir mais dinheiro para o canal. Quintella calcula a necessidade de
mais R$ 2 bilhões para a obra alcançar seu destino final, em Arapiraca.
secretário de Infraestrutura e ex-ministro dos Transportes, Maurício Quintella,
disse que o Governo de Alagoas busca mais recursos em Brasília para acelerar a
obra. E considerou “pouco” os R$ 64 milhões previstos para aplicar na execução
da obra em 2019, ao cobrar ação da bancada federal junto ao Governo Federal
para garantir mais dinheiro para o canal. Quintella calcula a necessidade de
mais R$ 2 bilhões para a obra alcançar seu destino final, em Arapiraca.
Presente
na audiência, o secretário-executivo de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de
Alagoas, Alex Gama, disse que o Estado está atento às demandas das comunidades,
elaborando um plano de ação com equipes de sua pasta, e da Agricultura e
Infraestrutura. No sexto ano de governo de Renan Filho, propósito é dar
“resposta rápida” à sociedade por meio de projetos de perímetros irrigados em
áreas dos municípios de Delmiro Gouveia, Pariconha e Inhapi. E demonstrou
confiança de que o Estado irá viabilizar em curto prazo outras áreas de
produção agrícola irrigada, além dos perímetros de Itiúba e Boacica, no Baixo
São Francisco.
na audiência, o secretário-executivo de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de
Alagoas, Alex Gama, disse que o Estado está atento às demandas das comunidades,
elaborando um plano de ação com equipes de sua pasta, e da Agricultura e
Infraestrutura. No sexto ano de governo de Renan Filho, propósito é dar
“resposta rápida” à sociedade por meio de projetos de perímetros irrigados em
áreas dos municípios de Delmiro Gouveia, Pariconha e Inhapi. E demonstrou
confiança de que o Estado irá viabilizar em curto prazo outras áreas de
produção agrícola irrigada, além dos perímetros de Itiúba e Boacica, no Baixo
São Francisco.
O
secretário de Agricultura de Alagoas e ex-governador Ronaldo Lessa, avaliou que
o Canal do Sertão precisa de projetos alternativos e disse já existir projeto
para o uso da obra, já aprovado e aguardando recursos, para atrair empresários
para um dos perímetros. “Já existe um certo uso ao redor do canal. É preciso
transformar isso em riqueza, produção, irrigação, tecnologia e assistência
técnica. Tudo isso vai fazer com que o canal dê resultados. Um dos projetos é
com a Sedetur [Secretaria de Desenvolvimento e Turismo], para atrair
empresários em um perímetro na região de São José da Tapera”, finalizou o
secretário.
secretário de Agricultura de Alagoas e ex-governador Ronaldo Lessa, avaliou que
o Canal do Sertão precisa de projetos alternativos e disse já existir projeto
para o uso da obra, já aprovado e aguardando recursos, para atrair empresários
para um dos perímetros. “Já existe um certo uso ao redor do canal. É preciso
transformar isso em riqueza, produção, irrigação, tecnologia e assistência
técnica. Tudo isso vai fazer com que o canal dê resultados. Um dos projetos é
com a Sedetur [Secretaria de Desenvolvimento e Turismo], para atrair
empresários em um perímetro na região de São José da Tapera”, finalizou o
secretário.
Durante
a audiência, o governo defendeu a criação de uma Agência de Regulação para o
Canal do Sertão.
a audiência, o governo defendeu a criação de uma Agência de Regulação para o
Canal do Sertão.
Também
cobraram a funcionalidade da obra os deputados Marcelo Beltrão (MDB), Ângela
Garrote (PP), Fátima Canuto (PRTB). E os deputados Paulo Dantas (MDB), Cabo
Bebeto (PSL) e Francisco Tenório (PMN) também participaram da sessão.
cobraram a funcionalidade da obra os deputados Marcelo Beltrão (MDB), Ângela
Garrote (PP), Fátima Canuto (PRTB). E os deputados Paulo Dantas (MDB), Cabo
Bebeto (PSL) e Francisco Tenório (PMN) também participaram da sessão.
Fonte: Diário do Poder/Davi Soares