População de Mata Grande sofre com a estiagem e falta de acesso à água potável

 
 
Por Ricardo Lima

 

Moradores
de comunidades rurais relatam dificuldades com a falta de chuvas, além do
acesso a água para consumo humano.

Grande
parte do sertão nordestino sofre todos os anos com a escassez de água. Muitos
moradores percorrem vários quilômetros, para conseguir água de qualidade para
consumo.

Um
dos principais meios para ajudar á população no acesso á água é a “Operação
Carro-pipa”. Paralisada desde o ano passado devido a mudança no governo federal,
a mesma sofreu cortes em outubro, novembro e em dezembro de 2022, no último mês
do ano o Ministério da economia bloqueou R$ 21 milhões destinados á operação.  

Na
região do sertão alagoano, o município de Mata Grande, localizado na divisa com
o estado de Pernambuco, vem sofrendo com a forte estiagem. Alguns moradores conversaram
com a equipe do Site Sertão News 24 Horas, sobre os problemas que enfrentam
diariamente.

O
Povoado Morro Vermelho, localizado aproximadamente 16 quilômetros da sede município,
encontramos Antônio Bento da Silva, 70 anos, segundo ele a dificuldade para
conseguir água é enorme, a esperança seria a retomada da operação carro-pipa. “Estamos
esperando o retorno da operação carro-pipa, a cerca de seis meses, muitos comentários,
mas até agora nada. Estou usando o dinheiro da minha aposentadoria para comprar
um caminhão de água que custa R$ 350. Se Deus quiser vai voltar, para ajudar
todos que necessitam. Algumas vezes uso uma carroça de burro para transportar o
liquido até minha casa”. Destacou.

                            

No
Povoado Ouricuri, Dona Maria do Céu, também relatou a dificuldade com a paralisação
da operação, “Aqui nós não temos condições de comprar um pipa de água, muito
caro, o que ganhamos só é suficiente para comprar a feira”. Finalizou. 

                                  

 

O
Governo de Alagoas disse que não houve renovação do decreto de emergência
porque os indicadores do Monitor de Seca da Agência Nacional de Águas (ANA),
utilizados pela Defesa Civil Estadual como base técnica para a medida, apontam,
até o presente momento, a ausência de seca relativa.

No
entanto, Estado e AMA defendem a manutenção do abastecimento por carros-pipa
devido à necessidade de acesso da população à água potável. “Apesar de existir
água nos açudes, ela não é própria para o consumo humano”, afirma Hugo
Wanderley, presidente da AMA.

O
Estado e as prefeituras argumentam que os relatórios do Monitor da Seca não
podem ser a única ferramenta para análise da existência ou não de água para a
população.

O
governo estadual disse ainda que aguarda o cumprimento da recomendação da DPU
para que a Operação Carro-Pipa seja retomada, mesmo afirmando que não há como
decretar situação de emergência pela seca no momento.

 

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