Veja a repercussão internacional sobre o ataque da coalizão EUA, Reino Unido e França à Síria

Hezbollah
diz que ataque é violação flagrante da soberania síria; Japão declarou apoio a
ação. ONU pediu moderação e respeito ao direito internacional.

O
ataque da coalizão formada por Estados Unidos, França e Reino a alvos sírios
nesta sexta-feira (13) provocou reações diferentes pelo mundo. A repercussão
envolve discursos distintos sobre quem está agravando a crise humanitária no
país.

Enquanto
a Rússia, principal aliada da Síria, diz que EUA e aliados agravam a crise e
apoiam o terrorismo; EUA justificam o ataque pelo suposto uso de armas químicas
no regime sírio.


a Organização das Nações Unidas, pede “moderação” de ambos os lados e
respeito ao direito internacional. Veja a repercussão.

Síria

A
“agressão bárbara e brutal” dos ocidentais “tem como objetivo
obstruir o trabalho” da Organização para a Proibição de Armas Químicas
(OPAQ) que inicia neste sábado uma investigação sobre um suposto ataque químico
em território sírio (ministério das Relações Exteriores).

O
presidente sírio Bashar al-Assad se declarou mais determinado que nunca a
“lutar contra o terrorismo” na Síria, após os bombardeios ocidentais.

Rússia

Vladimir
Putin classificou de “agressão contra um Estado soberano” o ataque
dos Estados Unidos e seus aliados contra a Síria, e acusou Washington de ajudar
com sua ação os terroristas que atuam no país árabe.

“Com
as suas ações, os EUA pioram ainda mais a catástrofe humanitária na Síria. Eles
levam sofrimento para a população civil, e de fato, toleram os terroristas que
torturam há sete anos o povo sírio”, disse Putin, em comunicado divulgado
pelo Kremlin.

Putin
quer reunião do Conselho de Segurança da ONU

Arábia
Saudita

Em
comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo saudita
— aliado de Washington — disse que os bombardeios ocorreram em resposta ao
“contínuo uso das armas químicas proibidas internacionalmente por parte do
regime sírio contra civis inocentes, entre eles crianças e mulheres”.

Além
disso, a Arábia Saudita responsabilizou pelo atual cenário na Síria o regime
liderado pelo presidente Bashar al Assad, alegando que continua com os
“cruéis crimes cometidos há anos contra o povo sírio”.

Israel

“No
ano passado, o presidente americano Donald Trump disse que o uso de armas
químicas seria uma violação da linha vermelha. Esta noite, sob a direção
americana, Estados Unidos, França e Reino Unido atuaram de modo coordenado. A
Síria continua realizando ações assassinas”, afirmou uma fonte do governo
israelense que pediu anonimato.

ONU

O
secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos países-membros que mostrem
moderação “nestas circunstâncias perigosas” e respeitem o direito
internacional.

“Peço
a todos os estados membros que mostrem moderação nestas circunstâncias
perigosas e evitem qualquer possível escalada da situação e o sofrimento do
povo sírio”, disse Guterres.

Ele
também lembrou que o Conselho de Segurança tem como “principal responsabilidade
a manutenção da paz e a segurança”, e pede que seus membros se unam
“e assumam essa responsabilidade”.

China

A
ministra das Relações Exteriores, Hua Chunying, condenou o ataque e pediu que o
problema seja resolvido por meio de diálogo e negociação, informou a agência
estatal Xinhua.

“Qualquer
ação militar unilateral que passa por cima do Conselho de Segurança é contrária
ao propósito e aos princípios das Nações Unidas, viola os princípios do direito
internacional e as regras básicas de relações internacionais, e vai piorar o
conflito sírio”, afirmou.

Sobre
o suposto uso de armas químicas pelo governo Assad, que motivou o ataque
coordenado entre EUA, França e Reino Unido, a ministra chinesa pediu uma
investigação imparcial e objetiva para chegar a uma conclusão.

“Antes
disso, nenhum prejulgamento deve ser feito”, disse Hua.

Reino
Unido

A
primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que se esgotaram “todos os
canais diplomáticos possíveis” antes de concordar com uma ação coordenada
na Síria. Ela disse que foi um ataque “limitado, direcionado e
eficaz” para degradar a capacidade do regime de Assad de desenvolver e
empregar armas químicas.

Theresa
May diz que ataque contra a Síria era “a coisa certa a fazer”

A
líder conservadora disse que, com base em todas as evidências reunidas, seu
governo está “certo” de que foram as forças sírias as
“responsáveis” de ter utilizado arma química há uma semana na cidade
de Duma.

“Nenhum
outro grupo poderia ter feito este ataque”, afirmou a primeira-ministra
britânica.

Austrália

O
governo da Austrália expressou apoio e pediu que Rússia e Irã pressionem o
regime de Bashar al-Assad. “(O ataque) mandou uma mensagem inequívoca para
o regime de Assad e seus aliados, Rússia e Irã, que o uso de armas químicas não
será tolerado”, disse em comunicado, a ministra das Relações Exteriores,
Julie Bishop.

Hezbollah

O
grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do governo sírio, afirmou que a guerra
lançada contra a Síria “não alcançará seus objetivos”. O movimento, que
mobilizou combatentes na Síria, condenou em um comunicado a “traiçoeira
agressão tripartite americana-britânica-francesa contra a irmã Síria”, e
considerou “uma violação flagrante da soberania síria e a dignidade do povo sírio
e de outros da região”.

Irã

O
Irã, principal aliado regional de Damasco, advertiu para as “consequências
regionais” dos ataques, condenando os bombardeios. “Os EUA e seus aliados, sem
qualquer aviso e antes de uma posição da Organização para a Proibição de Armas
Químicas (OPAQ), realizou esta ação militar e será responsável pelas
consequências regionais desta aventura”, declarou o porta-voz da chancelaria
iraniana, citado pelo canal Telegram.

O
guia supremo iraniano, o ayatolá Alí Jamenei, condenou duramente os ataques e
chamou de “criminosos” os presidentes americano Donald Trump e francês francés
Emmanuel Macron e a primeira-ministra britânica Theresa May. “O ataque levado a
cabo esta manhã contra a Síria é um crime”.

Presidente
do Irã condena ataque à Síria

Japão

O
primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, declarou apoio ao ataque dos EUA, Reino
Unido e França. Ele disse que a ação “evitará um agravamento da situação e
reduzirá as capacidades do regime” de Bashar al-Assad.

“O
uso de armas químicas é extremamente desumano e nosso país não pode consentir
seu uso ou disseminação. Por isso, meu governo apoia os EUA, Reino Unido e
França”.

Otan

O
secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens
Stoltenberg, respaldou o ataque, que, segundo ele, “reduzirá a capacidade do
regime” de Bashar al-Assad de atacar a população com este tipo de armas.

“A
Otan condenou sistematicamente o uso contínuo de armas químicas por parte da
Síria, como uma clara violação das normas e acordos internacionais”, afirmou
Stolenberg, em um comunicado publicado no site da Aliança Atlântica.

A
organização militar considera que a utilização deste tipo de armas é uma ameaça
à paz e a segurança internacional e que “é essencial proteger a Convenção sobre
Armas Químicas”, que exige “uma resposta coletiva e efetiva por parte da
comunidade internacional”.

Parlamento
Europeu

O
presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, disse que “é preciso evitar
uma escalada do conflito na Síria”. Ele afirmou que o Parlamento Europeu vai se
reunir na segunda-feira (16) e que espera “passos adiante para uma solução
pacífica”.

Turquia

Em
um primeiro momento, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, considerou
“apropriados” os ataques ocidentais contra a Síria, em represália
pelo que chamou de ofensiva “desumana” do regime de Bashar al-Assad.

“Uma
reação apropriada que expressa a consciência de toda a humanidade ante o ataque
de Duma, sobre o qual há fortes suspeitas de que foi executado pelo
regime”, afirmou o ministério turco das Relações Exteriores.

No
sábado (14), no entanto, Erdogan desceu o tom e ligou para o presidente russo
Vladimir Putin, aliado do regime sírio. O líder turco disse que vai trabalhar
em esforços contínuos para uma solução política e para a redução da tensão.

Alemanha

“Apoiamos
o fato de que nossos aliados americanos, britânicos e franceses (…) assumiram
suas responsabilidades. A intervenção militar era necessária e
apropriada”, afirmou a chanceler Angela Merkel.

Anistia
Internacional

A
população da Síria já sofreu seis anos de ataques devastadores, incluindo
ataques químicos, muitos deles equivalentes a crimes de guerra”,


Fonte:  G1

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